A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, resultando em um problema de controle da bexiga. Essa condição pode variar em gravidade, desde pequenos vazamentos, no ato de tossir, dar risada ou pular, até uma incapacidade completa de reter a urina, que faz com que a pessoa use fralda.
Existem diferentes tipos de incontinência urinária, cada uma com suas próprias causas e características:
- Incontinência de esforço: Ocorre quando há pressão ou esforço sobre a bexiga, como ao tossir, espirrar, rir, levantar objetos pesados ou fazer exercícios. Isso é frequentemente causado por fraqueza dos músculos do assoalho pélvico;
- Incontinência de urgência: Caracterizada por uma súbita e intensa necessidade de urinar, seguida de uma perda involuntária de urina. Pode ser causada por infecções, condições neurológicas ou irritações na bexiga;
- Incontinência mista: Combina sintomas de incontinência de esforço e de urgência;
- Incontinência por transbordamento: Acontece quando a bexiga não esvazia completamente, levando a vazamentos frequentes ou contínuos. Pode ser resultado de obstrução urinária, fraqueza muscular ou problemas neurológicos (esclorose múltipla, lesão na medula espinhal, diabetes). Uma causa comum em homens é a hiperplasia prostática benigna;
- Incontinência funcional: Decorre de problemas físicos ou mentais que impedem uma pessoa de chegar ao banheiro a tempo, como limitações de mobilidade ou condições cognitivas;
- Enurese noturna: é a incontinência que ocorre durante o sono. É comum as crianças fazerem xixi na cama, a maioria aprende a controlar a micção em torno dos três aos quatro anos de idade, mas até os cinco ou seis anos é considerado normal acontecer esses eventos. Após esse tempo, é necessário avaliação para investigação da causa.
Causas
As causas da incontinência urinária são variadas e podem incluir:
- Envelhecimento: Com o tempo, os músculos da bexiga e do assoalho pélvico podem enfraquecer;
- Gravidez e parto: Podem esticar e enfraquecer os músculos pélvicos, afetando o controle da bexiga;
- Menopausa: A diminuição dos níveis de estrogênio pode afetar a força dos tecidos da bexiga e da uretra;
- Doenças: Como diabetes, doenças neurológicas (como esclerose múltipla ou doença de Parkinson), infecções urinárias e problemas de próstata nos homens;
- Estilo de vida: Obesidade, fumar, prática de atividade física com sobrecarga de peso, e hábitos alimentares podem aumentar o risco de incontinência.
Tratamento
O tratamento para a incontinência urinária depende da causa e da gravidade dos sintomas. Por isso é fundamental avaliação com um estomaterapeuta, fisioterapeuta ou urologista para tratamento adequado. As opções podem incluir:
- Exercícios do assoalho pélvico: Exercícios físicos que irão fortatelecer a musculatura do assoalho pélvico;
- Medicamentos: Para relaxar a bexiga ou aumentar a quantidade de urina que a bexiga pode armazenar;
- Eletroestimulação: Recurso terapêutico em que é colocado eletrodos na pele e realizado emisão de ondas elétricas de baixa intensidade para promover contração involuntária, contribuindo na força e tônus muscular;
- Dispositivos médicos: Como pessários (para suportar a bexiga) ou injeções de agentes de volume para ajudar a fechar a uretra;
- Mudanças no estilo de vida: Incluindo perda de peso, parar de fumar, evitar cafeína, álcool e comida apimentada;
- Cirurgia: Em casos graves, procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para corrigir a posição da bexiga ou uretra.
A incontinência urinária pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, pois interfere nas atividades da vida diária, faz com que a pessoa se iniba de ter relação sexual, não realize atividades físicas, não frequente locais com muitas pessoas e até mesmo deixa de participar de eventos sociais em família, com receio de estar com o cheiro da urina, além de desenvolver sintomas de ansiedade e depressão. Por isso, é fundamental o diagnóstico adequado e tratamento com estomaterapeuta, para atuar nos sintomas de maneira eficaz.
Referências:
- Tran LN, Puckett Y. Incontinência Urinária. StatPearls. 2024.
- Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Incontinência Urinária. 2018.
- Assis GM, Coelho M de MF, Rosa T dos S, de Oliveira F de F, Silva CPC da, Brito MLP, et al. Proposta de protocolo clínico para tratamento conservador da incontinência urinária de urgência. Estima, Braz. J. Enterostomal Ther. 2023 Jan; 21.
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