O que é incontinência urinária
A incontinência urinária é a perda involuntária de urina e, apesar de muitas vezes ser considerada uma consequência natural do envelhecimento, não deve ser encarada dessa forma. Essa condição pode levar ao isolamento social, fazendo com que os indivíduos evitem ambientes como igrejas e eventos sociais, e pode causar sentimentos de vergonha e depressão. Além disso, representa um grande desafio tanto para os pacientes quanto para seus familiares.
Fonte: Vecteezy
Incontinência urinária no avançar da idade
A incontinência urinária é uma condição que, embora possa parecer inevitável com o envelhecimento, é, na verdade, tratável na maioria dos casos.
No idoso, várias mudanças no trato urinário ocorrem devido ao envelhecimento. A força de contração da bexiga, a capacidade de armazenar urina e o controle da micção tendem a diminuir, afetando tanto homens quanto mulheres.
Além disso, doenças comuns em idosos, como diabetes mellitus, hiperplasia prostática benigna, insuficiência cardíaca e venosa, e problemas renais, podem contribuir para a perda de urina. Alterações hormonais, efeitos colaterais de medicações e fatores psicológicos também desempenham um papel importante na maior susceptibilidade a essa condição
Classificação de incontinência urinária no idoso
São três subdivisões:
- Noctúria;
- Incontinência urinária transitória;
- Incontinência urinária persistente.
Noctúria
Levantar-se mais de uma vez por noite para urinar é uma queixa comum que incomoda muitas pessoas de todas as faixas etárias, porém, é mais frequente dos 50 anos em diante.
O tratamento geralmente começa com uma avaliação do paciente e a adoção de medidas conservadoras. Isso pode incluir a redução da ingestão de líquidos à noite e o ajuste de medicamentos que o idoso esteja tomando, com o objetivo de identificar qualquer substância que possa estar contribuindo para a noctúria.
Além disso, pode ser recomendado o uso de medicamentos específicos para reduzir a produção de urina e a frequência das idas ao banheiro durante a noite.
Incontinência urinária transitória
A incontinência urinária transitória é marcada pela perda involuntária de urina causada por fatores temporários, como estresse psicológico, efeitos colaterais de medicamentos ou condições orgânicas, e tende a melhorar quando esses fatores são controlados.
Para um diagnóstico preciso e tratamento eficaz, são essenciais a avaliação clínica e a elaboração de um diário miccional. Entre as causas comuns estão a constipação intestinal, o uso de certos medicamentos, infecções, distúrbios psicológicos, dificuldades de locomoção e o consumo excessivo de líquidos.
Incontinência urinária persistente
A incontinência urinária persistente é diagnosticada quando a perda involuntária de urina não é atribuível a comorbidades existentes, efeitos colaterais de medicamentos e persiste por pelo menos três meses.
Para uma avaliação adequada, é essencial uma história clínica detalhada e a utilização de um diário miccional, que ajuda a quantificar as perdas e correlacioná-las com os hábitos diários do paciente. Exemplos desse tipo de incontinência incluem a bexiga hiperativa, que envolve a hiperatividade do músculo da bexiga, esvaziamento incompleto da bexiga e fraqueza da musculatura do assoalho pélvico.
Fonte: Arquivo pessoal
O tratamento pode incluir mudanças nos hábitos de ingestão de líquidos, reabilitação do assoalho pélvico, eletroestimulação e biofeedback. Dependendo da avaliação, podem ser indicados também tratamentos farmacológicos e, em alguns casos, cirúrgicos.
Busque ajuda
A incontinência urinária é muitas vezes erroneamente considerada uma parte inevitável do envelhecimento. No entanto, é crucial reconhecer que essa condição pode e deve ser tratada para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Fique atento e busque ajuda especializada para lidar com as doenças relacionadas à idade. Consultar um estomaterapeuta pode ser um passo importante para encontrar soluções eficazes e promover um melhor bem-estar.
Fonte: Arquivo pessoal
Referências
Abrams P, Cardozo L, Khoury S, Wein A. Incontinence. Bristol: ICUD; 2013.
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